2 de janeiro de 2018
GUANAMBÍ – SANTO ANTÔNIO

Mons. Alex Adriano se despede de Guanambi; foi transferido para Caetité

Por; Mons. Alex Adriano Barbosa

Dai graças, em toda e qualquer situação, porque esta é a vontade de Deus, no Cristo Jesus, a vosso respeito.” (1Ts 5,18)

Caro irmão, cara irmã,

Dirijo-me a você, tendo no coração os mesmos sentimentos do Apóstolo Paulo, ao escrever à comunidade dos Tessalonicenses, quando afirma: “dai graças!”. Parto para a nova missão com a consciência de que o Senhor me chama a levar a alegria do evangelho a outras pessoas. Esta é a missão do batizado! Esta também é a missão do ministro ordenado!

Fui apresentado à Paróquia Santo Antônio de Guanambi no dia 26 de janeiro de 2014, em Concelebração Solene, na Praça da Igreja Matriz. Quase quatro anos se passaram. Muitas coisas aconteceram ao longo desse período, entre acertos e desacertos. Acredito que o que não faltou foi boa vontade e empenho por parte de todos aqueles que conosco somaram, dispostos a levar adiante a missão que foi confiada pelo próprio Senhor à sua Igreja, assumida, hoje, pelo corpo dos batizados que somos nós, Igreja viva, “em saída” e “em missão”.

Agradeço imensamente a todos quantos colaboraram com a evangelização nestas terras. Muito aprendi com vocês. Aprendi mais do que ensinei. Isso me servirá para o resto da vida. Foram experiências bem vividas que, com certeza, nos ajudarão a firmar os passos no seguimento a Jesus, sendo uma presença de testemunho, a serviço de uma Igreja acolhedoramisericordiosamissionária, de comunhão e participação, à luz do que nos tem pedido o Concílio Ecumênico Vaticano II e os ensinamentos do Papa Francisco.

Comigo, além das ricas experiências vivenciadas nesse tempo em que aqui estive, levo no meu coração as tantas pessoas com as quais convivi e às quais servi; sempre desejoso de que possam continuar o caminho com alegria, engajadas nos vários serviços de evangelização e fazendo acontecer o tão sonhado desejo de Jesus: o Reino. Cada pessoa, cada gesto, cada palavra, cada ação… vai dando rosto ao Reino de Deus presente neste pedaço de chão sagrado. O meu desejo é que as comunidades cresçam, se desenvolvam e se tornem “Igrejas vivas” que testemunham o seu Senhor em tempos tão desafiadores e exigentes como os que estamos vivendo, sem jamais perder a fé que gera esperança (Hb 11,1-2).

Não nos esqueçamos de que “na esperança fomos salvos” (Rm 8,24). Mesmo quando tudo parecer difícil, impossível, caminhamos para uma meta, e só poderemos alcançá-la, vencendo a nós mesmos e abrindo-nos à ação da graça de Deus em nossas vidas e em nossa história. Coragem! Em tempos tão conturbados e turbulentos como os nossos, “é preciso ter força, ter raça, ter graça, ter sonho, ter fé na vida”, como canta Milton Nascimento.

Miremos o horizonte com otimismo. Não cedamos lugar ao desânimo, à desesperança, à indiferença, ao medo nem ao comodismo. Quem sabe faz a hora… Saiamos da inércia que nos atrofia e trabalhemos pela construção de uma sociedade nova, diferente, mais humanitária, edificada a partir dos valores do Evangelho. O Papa Francisco, em um dos seus pronunciamentos últimos, disse que é possível vencer os vírus do nosso tempo com os anticorpos que vêm do Evangelho. Que tenhamos o bom costume de ler todos os dias uma passagem do Evangelho, de proteger no coração a Palavra, para que, como uma boa semente, dê fruto em nossas vidas.

Agradeço às várias lideranças de comunidades, coordenações de pastorais, movimentos, grupos, associações, entidades existentes na paróquia. Desejo-lhes uma proveitosa caminhada nesse novo tempo que se descortina.  Agradeço às irmãs Servas de Maria Reparadoras pelo testemunho, presença, colaboração e amizade, nutridos nesse tempo de intensa convivência. Aos funcionários e colaboradores, pelo dedicado serviço. Aos padres que comigo somaram ao longo desses quase quatro anos, especialmente, o Pe. Eutrópio, que até o presente momento convive comigo. Gratidão, ainda, a todos os homens e mulheres de boa vontade que, direta e indiretamente, contribuíram para o bom andamento das atividades nesse tempo e deixaram suas marcas impressas na caminhada de uma história secular de evangelização.

Concluo com as palavras do Apóstolo Tiago quando afirma que “a fé leva à perseverança” (1,3). Desejo-lhes perseverança na fé e na caminhada! Permaneçam unidos e trabalhando juntos! Coloquem os dons que receberam de Deus a serviço das comunidades e do povo fiel de Deus! Como verdadeiros “sujeitos eclesiais”, neste ano do laicato, comuniquem a alegria do Evangelho às pessoas e se esforcem para ser “sal da terra” e “luz do mundo”, este marcado por tantos dissabores e por tantas realidades de trevas. Acreditem no potencial de vocês e lutem para verem prosperar “a paz que é fruto da justiça” (Is 32,17) e tudo aquilo que corresponde ao bem-viver.

Permaneçamos unidos através da oração. Rezemos uns pelos outros e também pelo êxito da nossa missão. O início do meu ministério pastoral na Paróquia Senhora Santana (Catedral), em Caetité, será 28 de janeiro, às 19h30min. Conto com suas orações!

Em Cristo Jesus,

Mons. Alex Adriano Rocha Barbosa