8 de janeiro de 2016
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Seminário: lugar de regar as sementes do discipulado e da missão

Foto: PASCOM

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Tem uma música que pede para colocar a semente na terra e que isso não será em vão. A música adverte para não nos preocupemos com a colheita, mas recorda que jamais nos esqueçamos de plantar para o irmão. A semente da fé cristã colocada no coração dos filhos e filhas de Deus, especialmente no batismo, e germinada no seio da comunidade, a começar pela família, leva o cristão a dar respostas vocacionais capazes de brotar e dar frutos que permaneçam para sempre.

No capítulo 13 do Evangelho segundo Mateus, Jesus conta a parábola do semeador e mostra que a semente caiu em terrenos diversos, e aquela que caiu em terra boa deu frutos em abundância.  Nesta lógica, o Seminário/Casa de formação é, também, o lugar de ajudar o vocacionado a produzir frutos que o ajude a dar respostas vocacionais cristãs consistentes. Nota-se, claramente, que o seminário não é o lugar de lançar as primeiras sementes, mas de regá-las, porque antes de entrar para uma experiência mais específica, os jovens já trazem consigo as sementes de seguidores de Jesus Cristo recebidas na Iniciação Cristã, mesmo que esta pareça apresentar lacunas.

Faz-se necessário entender e tornar cada vez mais claro que o seminário não é o lugar de lançar as primeiras sementes da fé e tornar o vocacionado um cristão, mas é o espaço onde o vocacionado vai aprofundar a experiência de ser discípulo-missionário, seguidor das pegadas do Mestre, pois o seminário, muito mais do que um espaço físico, é uma comunidade cristã e escola dos anunciadores e testemunhas do Evangelho. Até porque, o seminarista carece ser orientado para se tornar “muito mais do que padre”, um verdadeiro discípulo-missionário apaixonado por Jesus Cristo e pela causa de seu Reino.

Portanto, não se pode esquecer de que como colaboradores do Reino, no ministério para a formação dos futuros presbíteros, os formadores precisam ter a mesma consciência do apóstolo Paulo quando vai dizer: a cada um Deus deu sua tarefa… porém nem o que planta, nem o que rega são, propriamente, importantes. Significativo é aquele que faz crescer: Deus (cf. 1 Cor 3, 6b-7).

 

*Pós- graduando em Formação para Presbíteros Diocesanos no Instituto Santo Tomás de Aquino – ISTA –, em Belo Horizonte – MG. É formador no Seminário São José em Caetité-BA