19 de março: dia de São José
Depois de Maria Santíssima, podemos considerar firmemente o destaque da santidade de São José. Uma figura muito presente nos altares de nossas igrejas e muito valorizada na devoção popular. Talvez, por transmitir de imediato a ideia de família.
Trata-se do esposo de Maria, daquele que teve um contato especial com o Verbo encarnado.Levemos em consideração que, na tenra infância e adolescência, Jesus encontrou em São José um dos seus educadores, encontrou em São José um exímio orientador. Em José a honra da paternidade. Um legítimo participante da paternidade divina. ‘Guarda do Redentor’, pai adotivo do Filho unigênito de Deus.
O culto a esse patriarca não é igual ao culto prestado aos outros santos. Sabe-se que a Igreja, com o passar do tempo, foi aperfeiçoando os estudos e foi tomando melhor consciência do papel desse personagem na vida do Cristo.
Assim, enquanto diante da Virgem Maria, rendemos uma ‘alta veneração’, uma hiperdulia, a São José, antes de todos os outros santos, direcionamos um culto de proto-dulia.
Acostumamos a chamar Nossa Senhora de ‘Virgem do Silêncio’, mas se notarmos bem, em uma observação mais imediata, é São José que toma para si essa atribuição. Ele é silencioso! Não encontramos nenhum versículo da Bíblia que relate diálogos desse grande homem! Temos como alguns dos exemplos: a fuga para o Egito (Mt 2,13-15), livrando o Menino Jesus das ciladas do Rei Herodes; a apresentação da criança no Templo (Lc 2,22-28); a perda e o encontro do Menino em Jerusalém (Lc 2,41-50) …Silenciosamente ele está ali, cuidando, protegendo o Filho de Deus.
Santa Teresa D´Ávila teve uma estima muito grande por esse patriarca e, inclusive, comentava às suas irmãs o carinho que sentia por ele. Ela dizia que São José era um mestre da vida interior, um insígne diretor espiritual. “ Santa Teresa aprendeu muito com São José, que soube ser amável em todas as adversidades da vida; que preferiria abandonar Maria em segredo, deixando cair sobre si a culpa da gravidez de Maria, tendo a grandeza de um ato heróico, que só os esquecidos de si mesmos conseguem fazer.”. (SÃO JOSÉ,2015).
José é justo, confia na Virgem Maria, vê o coração de Nossa Senhora e sabe que ela não mente. Recebe a missão especial após perceber que ali ,naquela situação inesperada e em meio ao noivado, havia um mistério que ele não tinha capacidade de compreender (Mt 1,18-25).
José é justo (Mt 1,19) é exemplar. É uma referência de retidão que nos sinaliza a importância da confiança pessoal aos movimentos da Providência Divina. A obediência e fidelidade integral aos propósitos do Senhor.
Quem se espelha na maior virtude de José é cauteloso, é paciente, tem discrição ao lidar com os diversos reveses da vida, se esforça para não incorrer à arquitetura de comentários desastrosos a outrens, e, com louvável imitação, está atento e reverente aos sinais de Deus que transpassam esta vida.
Na realidade, o CRISTÃO, o admirador de São José, esforça-se na busca daquela virtude e por meio de sua referência, de seu testemunho, passa a inspirar também os corações que lhe circundam. Acaba por exalar, por onde transitar, o perfume dos nardos e não dos lírios como muitos pensam! Deixemos os Lírios com Santo Antônio.
É importante ressaltar que, entre todos os promotores da devoção a esse santo, temos os papas, os pais espirituais; entre eles podemos destacar Pio XII, João XXIII, João Paulo II e outros. Encontramos homenagens especiais: São José como patrono – padroeiro da Igreja Universal, em 1970 – Inclitum Patriarcum ; São José lembrado no dia primeiro de maio ,modelo para os trabalhadores, para os carpinteiros, modelo para os operários; em 1961, encontramos São José como protetor do Concílio Vaticano II; Bento XVI (Joseph Aloisius Ratzinger) que tratou de preparar a introdução do nome de São José nas três Orações Eucarísticas.
Por fim, gostaria de lembrar que o Papa Francisco surge com a devoção a São José (dorminhoco) Dormindo, uma devoção ao querido São José ‘sonhador’, receptáculo de bilhetinhos com preces e agradecimentos. A partir dessa propagação, sabe-se que as lojas católicas têm passado apuros para atender os pedidos das tantas imagens com esse respectivo título. Eu,particularmente, pretendo adquirir uma dessas para colocar no criado-mudo de meu pai.
REFERÊNCIAS
AQUINO, Felipe. São José é o patrono da Igreja. Disponível: <https://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2007/03/18/sao-jose-e-o-patrono-da-igreja/>Acesso: 02 mar.2018.AZEVEDO JÚNIOR, Paulo Ricardo de. O glorioso São José.Disponível: <https://padrepauloricardo.org/episodios/o-glorioso-sao-jose> Acesso: 02 mar.2018.SÃO JOSÉ, Ir.Célia Maria de. Mensageiro de Santa Teresinha: A devoção a São José em Santa Teresa. Carmelo São José, São Luís, MA. Ano 91. jan.-mar. 2015. 40p.
