O Papa Francisco anunciou hoje que a canonização de Madre Teresa de Calcutá vai ser celebrada a 4 de setembro. A decisão foi tomada depois de um consistório (reunião de cardeais) ordinário para votar cinco causas de canonização. Na mesma data vai ser celebrado o Jubileu dos Voluntários e Trabalhadores da Misericórdia,
Em dezembro de 2015 foi anunciado que o Papa aprovou um milagre atribuído à intercessão da Beata Teresa de Calcutá, vencedora do Prémio Nobel da Paz em 1979.
A Congregação para a Causa dos Santos (santa Sé) concluiu em julho de 2015 as investigações sobre a cura miraculosa de um homem brasileiro, de 35 anos, afetado por uma grave doença no cérebro, que se curou de uma forma tida como inexplicável.
Ganxhe Bojaxhiu, a Madre Teresa, nasceu em Skopje (Macedónia), pequena cidade com cerca de vinte mil habitantes então sob domínio otomano, a 26 de agosto de 1910, no seio de uma família católica que pertencia à minoria albanesa, no sul da antiga Jugoslávia.
A 25 de dezembro de 1928 partiu de Skopje rumo a Rathfarnham, na Irlanda, onde se situa a Casa Geral do Instituto da Beata Virgem Maria, para abraçar a Vida Religiosa, com o ideal de ser missionária na Índia.
Acabou depois por embarcar rumo a Bengala, passando por Calcutá até Dajeerling, numa casa da Congregação fundada pela missionária Mary Ward, onde escolheu o nome de Teresa.
Madre Teresa absorveu o estilo de vida bengali e, posteriormente, transmitiu-o às suas religiosas, quando fundou as Missionárias da Caridade.
O seu trabalho nas ruas de Calcutá centrou-se nos pobres da cidade que morriam todas as noites, vestida com um sari branco, debruado de azul, a imagem com que o mundo se habituou a vê-la.
Rapidamente as Missionárias da Caridade chegaram a milhares de religiosas em 95 países.
Quando visitou a Índia, em 1964, Paulo VI recebeu pessoalmente Madre Teresa e 22 anos depois João Paulo II incluiu, no programa da viagem apostólica àquele país, uma visita à «Nirmal Hidray» – a “Casa do Coração Puro” – fundada pela religiosa e conhecida, em Calcutá, como a “Casa do Moribundo”.
A futura santa esteve três vezes em Portugal, a acompanhar os primeiros passos da Congregação das Missionárias da Caridade.
A religiosa faleceu a 5 de setembro de 1997, na casa geral da congregação que fundou, em Calcutá, aos 87 anos de idade.
Foi beatificada por João Paulo II a 19 de outubro de 2003, depois de o Papa polaco ter autorizado que o processo decorresse sem esperar pelos cinco anos após a morte exigidos pela lei canónica.
A canonização, ato reservado ao Papa desde o século XIII, é a confirmação, por parte da Igreja Católica, que um fiel católico é digno de culto público universal (os beatos têm culto local) e de ser apresentado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.
Além de Madre Teresa, serão canonizados a 5 de junho de Estanislau de Jesus Maria da Polónia (1631-1701), fundador da Congregação dos Marianos da Imaculada Conceição da Beatíssima Virgem Maria; ea sueca Maria Elisabeth Hesselblad (1870-1957), fundadora da Ordem do Santíssimo Salvador de Santa Brígida.
A 16 de outubro, o Papa vai presidir às canonizações de José Sánchez del Río, mexicano (1913-1928), martirizado aos 14 anos durante a perseguição religiosa no México; José Gabriel del Rosario Brochero (1840-1914), conhecido como o ‘Cura Brochero’, que percorreu a Argentina numa mula para levar a mensagem do Evangelho no século XIX;