Papa – Fátima é sobretudo um manto de Luz que nos cobre
Na sua homilia, o Papa começou por citar algumas passagens da Bíblia que atestam que temos Mãe. Uma “Senhora tão bonita” comentavam os pastorinhos ao voltarem para casa. E a pequena Jacinta chegada a casa desvendou aquilo que deveria ser um segredo entre eles: “Hoje vi Nossa Senhora” – exclamou. O Papa recordou, todavia, que Nossa Senhora não veio para que a víssemos, mas “veio lembrar-nos a Luz de Deus que nos habita e cobre”. E Fátima, para os peregrinos “é sobretudo esse manto de luz que nos cobre” quando nos refugiamos sob a protecção da Virgem Maria para Lhe pedir para nos mostrar Jesus – disse o Papa.
“Queridos peregrinos, temos Mãe. Agarrados a Ela como filhos, vivamos da esperança que assenta em Jesus (…)”.
O Papa exortou a fundarmos a nossa esperança na humanidade que Jesus assumiu no ventre da Mãe e exprimiu o desejo de que essa esperança seja a alavanca da vida de todos nós! “Uma esperança que nos sustente sempre, até ao último respiro”.
“Com esta esperança, nos congregamos aqui para agradecer as bênçãos sem conta que o Céu concedeu nestes cem anos, passados sob o referido manto de Luz que Nossa Senhora e, a partir deste esperançoso Portugal, estendeu sobre os quatro cantos da Terra. Como exemplo, temos diante dos olhos São Francisco Marto e Santa Jacinta, a quem a Virgem Maria introduziu no mar imenso da Luz de Deus e aí os levou a adorá-Lo. Daqui lhes vinha a força para superar contrariedades e sofrimentos.”
Bergoglio referiu-se depois à multidão a chorar de fome, ao Papa a rezar perante o Imaculado Coração de Maria que os pastorinhos acreditavam ter visto e disse que não podia não estar ali hoje…
“Irmãos e irmãs, obrigado por me acompanhardes! Não podia deixar de vir aqui venerar a Virgem Maria e confiar-lhe os seus filhos e filhas. Sob o seu manto não se perdem; dos seus braços virá a esperança e a paz que necessitam e que suplico para todos os meus irmãos no baptismo e em humanidade, de modo especial para os doentes e pessoas com deficiência, os presos e desempregados, os pobres e abandonados. Queridos irmãos rezemos a Deus com a esperança de que nos escutem os homens; e dirigimo-nos aos homens com a certeza de que nos vale Deus”.
O Papa frisou depois que Deus criou-nos como esperança para os outros, conforme o estado de vida de cada um. Nisto está uma verdadeira mobilização geral do Céu contra esta indiferença que nos gela o coração e agrava a miopia do olhar. “Não queiramos ser uma esperança abortada! A vida só pode sobreviver graças à generosidade de outra vida” – disse Francisco recordando que Jesus se humilhou até à cruz para vencer as trevas do mal e trazer-nos para a luz.
O Papa finalizou invocando a protecção de Maria para que sejamos no mundo sentinelas que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus Salvador (…) e descobrir (…) o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor.
(DA)
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