Com a celebração da Quarta-feira de Cinzas, iniciamos o caminho quaresmal. É um caminho marcado pela oração, caridade e penitência. Quer nos preparar para celebrarmos, jubilosos, a Ressurreição do Crucificado e, na vigília pascal, renovarmos o nosso batismo.
Para esta preparação convém perguntar-nos: O que muda nas celebrações no Tempo da quaresma?
Durante essa caminhada, recebemos da Liturgia da nossa Igreja as seguintes orientações:
O ambiente deve estardespojado a austero. Devemos “fazer uma limpeza” de tudo o que é supérfluo no espaço celebrativo, como cartazes, folhagens, fitas, adornos, faixas, muitas imagens, evitar enfeitaro local das celebrações com flores. Isso tudo não é uma questão de proibição ou de rubrica, mas umaQUESTÃO TEOLÓGICA QUARESMAL. Os exageros de enfeites causam uma verdadeira poluição visual, e é preciso achar um lugar para pousar o olhar e contemplar. O nosso olhar deve dirigir-se a Jesus, manter-se no Senhor. Ornamentação simples e despojada (exceto no 4º domingo), e o uso dos instrumentos musicais só são permitidos para sustentar o canto.
Colocar o cartaz da Campanha da Fraternidade em lugar de destaque.
Não colocar o cartaz da CF em frente ao altar ou ambão, mas num outro local, de preferência na entrada da igreja, bem visível para a comunidade.
A cruz, pela qual fomos marcados no Batismo, deve ser destacada. Ela lembra que somos discípulos e discípulas de Jesus, que superou o fracasso humano da cruz com um amor que vence a morte.
Durante a quaresma não se canta o Glória (Hino de Louvor) e nem o Aleluia.
A aclamação ao Evangelho não contém o Aleluia. Nem se usam outros cantos ou aclamações contendo o Aleluia.
Não falte uma prece pelos catecúmenos (que receberão os Sacramentos da Iniciação Crista no Sábado Santo). A Oração da Campanha da Fraternidade pode ser usada para encerrar as preces ou no final da missa.
Durante o tempo da Quaresma pode-se omitir o abraço da paz para realizá-lo com mais alegria no Tempo Pascal.
Na hora das ofertas, comentarista ir motivando/lembrando a assembléia para a Coleta da Solidariedade que acontecerá no Domingo de Ramos (20/03).
Os paramentos respeitem a cor litúrgica que é o roxo. No quarto Domingo (06/03) a cor é rósea, pois as leituras convidam à alegria.
Os cantos sejam solenes e alegres, mas sem excessos. É bom evitar o bate-palmas e reduzir o uso das percussões. Não podem usar os instrumentos para ‘preencher’ os momentos de silêncio!
Nas celebrações da Palavra, Grupos de Oração, o momento de louvação e adoração seja bem sóbrio e meditativo. O mesmo, diga-se para os momentos, de adoração eucarística.
Valorizar os dias e horários de confissões. A Quaresma deste ano deve ser vivida com mais intensidade, pois é o Ano da Misericórdia. “ Deixai-vos reconciliar com Deus (…) é agora o momento favorável, é agora o dia da salvação” (2cor 5,20-6.2).
Queremos com essas reflexões auxiliar a caminhada de oração do povo de Deus. Não queremos transformar as liturgias quaresmais em algo triste ou chato – pelo contrário! A Igreja, neste tempo sagrado, tempo de retiro comunitário, reza com mais intensidade, mas o faz de forma sóbria e essencial – é tempo de deserto!– preparando-se assim, para ressurgir com Cristo na celebração da Páscoa.
Ademais, o que não está previsto, não se deve fazer. Boa Quaresma para todos nós!
*Pe. João Silva de Sá Teles é Coordenador Diocesano da Pastoral Litúrgica