16 de setembro de 2024
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O cenário político partidário à luz da Fratelli Tutti

O Presente texto tem como objetivo apresentar o cenário político partidário e como enfrentar as sombras à luz do ensinamento da Igreja, por meio da Carta Encíclica do Papa Francisco, Fratelli Tutti.

O cenário que irei apresentar parte de uma análise de conjuntura pessoal da realidade política partidária, em que as disputas eleitorais deveriam ser bem democráticas e respeitosas entre os oponentes, com propostas bem concretas de governo pelos candidatos, mas infelizmente não é o que está acontecendo. O que está ocorrendo é que muitos candidatos estão usando a política “Pão e Circo”, em que na Roma Antiga os governos massacravam o seu povo, tirando seus direitos básicos e, quando a população estava prestes a se revoltar contra o governo, faziam-se festas para assim acalmar a população e fazer com que a mesma se esquecesse do sofrimento que passava e voltasse a ser dominado pelos governantes.

Muitos dos candidatos ao pleito eleitoral já não estão demonstrando, em suas campanhas, sinais de fazer uma gestão participativa, que levem em consideração as demandas e necessidades dos eleitores, com propostas de políticas públicas para o bem dos cidadãos. Ao contrário disso, demonstram favoritismos pessoais ou de um pequeno grupo, buscando assim a perpetuação no poder, no caso os grupos que estão a muito tempo na situação, e para isso, vão criando estratégias para inibir os eleitores a votarem sempre neles, nos atrativos como mencionados acima do “ Pão e Circo”.

Os eleitores passam bons anos sem terem acesso a políticas públicas de uma boa educação, saúde de qualidade, saneamento básico, assistência social devida, respeito e cuidado com a Casa Comum, incentivos para capacitação e geração de empregos dignos, como os concursos públicos, que constitue a forma mais digna e justa de empregarem os servidores público. Chegando perto do Pleito eleitoral, empregam vários servidores, no intuito eleitoreiro, sem compromisso algum com a promoção da dignidade da pessoa humana.

Diante deste cenário, podemos fazer duas proposições: “ Vamos deixar assim mesmo, não tem jeito a política não tem salvação”. Ou podemos dizer assim: “A política tem jeito sim, vamos nos articular melhor, vamos organizar a nossa bondade de forma esquematizada em coletivo para transformarmos esta situação de trevas em luzes”. Quais das duas proposições queremos para nós?

O Papa Francisco, na sua Enciclica Fratelli Tutti, Sobre a Amizade Social, no Capítulo 5, que fala sobre “a melhor política”, diz que a melhor forma de se governar deve está nos princípios da Caridade. “A caridade social leva-nos a amar o bem comum e a buscar efetivamente o bem de todas as pessoas, consideradas não só individualmente, mas também na dimensão social que nos une” (p. 182). Com isso, o Papa Francisco nos ilumina com sua inspiração dizendo que a verdadeira política é quando se faz com amor, com sentimentos de compaixão, ou seja, com Caridade. Só se fará propostas na política, se desde já os candidatos ouvirem com toda sensibilidade as demandas que o povo apresenta, perder mais tempo para escutar do que fazer promessas enganadoras. E cabe também aos eleitores bem articulados, quer seja em associações ou outras organizações, apresentarem demandas que busquem melhorias para toda a coletividade, e não apenas para pessoas individuais.

Como mencionei acima as duas proposições, é possível se realizar a última. O nosso povo é um povo de uma bondade incrível, podendo se articular bem para apresentar propostas pensando sempre no coletivo aos candidatos. E se há uma boa articulação popular na apresentação das propostas e cobrança dos que forem eleitos, não terá como ocorrer erro. Os políticos entenderão que vão ingressar na política para buscar ajudar mais a população, e a população não terá tanta carência assim em seus direitos, que muitas vezes são suprimidos por má gestão da coisa pública.

Que as eleições do dia 06 de outubro não seja decidida pelos seguintes candidatos: que compraram votos, fizeram obras eleitoreiras, ofereceram bebidas alcoólicas e churrascos em seus encontros, deram sacos de cimentos para a construção de residências particulares ou fizeram promessas infundadas. Mas que seja decidida pelos candidatos que ouviram mais as demandas do povo em vez de fazerem promessa que não terá como cumprir, assumiram levar em consideração aquilo que a população sugeriu, estes que devem ser os candidatos que merecem a confiança do eleitor, sem contar também que deveremos analisar o histórico de cada candidato.