22 de fevereiro de 2019
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Mobilizações, na Bahia, denunciam crime da Vale em Brumadinho e contaminação do São Francisco

Por Cáritas NE 3

Foto: Andre Penner/AP

Na próxima segunda-feira (25), dia em que se completa um mês do crime da Vale em Brumadinho (MG), cidades baianas vão se unir em um gesto de solidariedade e luta pelas vítimas da tragédia e em defesa do Rio São Francisco. Já estão confirmadas ações nos municípios de  Juazeiro, Barra,  Paulo Afonso, Guanambi e Bom Jesus da Lapa. Em Salvador, o ato acontece às 10h30, na Praça Campo da Pólvora, e vai contar com a presença de familiares das vítimas.

As mobilizações integram um calendário nacional de lutas. Os atos estão previstos em todos os estados do Brasil e as  organizações também  se preparam para atividades no dia internacional de luta contra as barragens (14 de março). Organizado por entidades ecumênicas e inter-religiosas, pastorais sociais, sindicatos, Via Campesina e pela Frente Brasil Popular, a ação busca denunciar o crime da Vale e as consequências dele para o Rio São Francisco, cujas águas podem ser contaminadas por cerca de 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos derramados com o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão.

“A contaminação no Velho Chico virá dos metais pesados contidos na lama, que não ficarão alojados na hidrelétrica de Três Marias, podendo causar danos à saúde da população que depende do rio”, afirma Moisés Borges, do Movimento dos Atingidos por Barragens.

Um crime que se repete

Não houve  sirenes ou alertas  quando três barragens se romperam em Brumadinho, situada a cerca de 60 km de Belo Horizonte (MG). A lama, que continha rejeitos da mineração de ferro, em minutos matou centenas de pessoas, destruiu a fauna e a flora da região e segue percorrendo o curso do Rio Paraopeba, seguindo para o Rio São Francisco. As últimas estimativas apontam para 169 mortes confirmadas, embora esse número possa alcançar mais de 300 vítimas, já que 141 pessoas ainda permanecem desaparecidas ou sem contato.

A companhia Vale S.A , antiga estatal brasileira privatizada nos anos 90,  é também a responsável juntamente com a BHP Billiton pelo rompimento da barragem do Fundão no município de Mariana(MG), em 5 de novembro de 2015, até então considerado o maior crime socioambiental do país.

Fique atento aos horários do ato nas cidades baianas:

Salvador – 10h na praça Campo da Pólvora

Bom Jesus da Lapa – 8h na Barrinha

Juazeiro – 8h na Praça Dedé Caxias

Barra – 8h na rampa do Mercado Central

Paulo Afonso – 7h30 na Praça dos Aposentados

Guanambi – 10h saindo da Paróquia Santo Antonio até a Praça do Feijão

“Minas não tem mar, mas fizeram dois mares de lama nas minas […]  Tingiu de marrom as águas do meu Rio Doce, coloriu de terra meu Paraopeba, vai tingir meu Velho Chico”.