4 de setembro de 2021
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Memórias de Igaporã: As raízes paroquiais.

Neto Fagundes- PASCOM Igaporã

Quando a então Capela de Nossa Senhora do Livramento foi finalizada, em 1871, pertencíamos enquanto território e paróquia a Freguesia de Caetité, isso não durou muito, viajando então, agora, saímos de Igaporã para o lugar a qual a nossa comunidade Católica pertenceu por mais de 50 anos… dos 150 anos de nossa Matriz. A Comunidade Nossa Senhora do Livramento da Vila do Bonito, pertenceu à Freguesia de Nossa Senhora do Rosário de Canabrava dos Caldeiras.
Canabrava dos Caldeiras, é um distrito pertencente ao município de Caetité, em sua história, no século XIX e um pouco do século XX, tinha enorme significância regional, à época em comparação com Igaporã era maior em população e desenvolvimento. Atendendo a necessidade Pastoral da época, antes de mesmo da criação da Diocese de Caetité, foi elevada a categoria de freguesia/paróquia no ano de 1875, nesta época, pertencíamos à arquidiocese de São Salvador da Bahia.
O primeiro pároco de Caldeiras foi o Pe. Hermelino Marques, a igreja de Nossa Senhora do Rosário foi reconstruída naquela época se adaptando então ao título de Matriz, dentre as comunidades pertencentes a Caldeiras, estavam a hoje Paróquia do Imaculado Coração de Maria de Tanque de Novo e Nossa Senhora do Livramento de Igaporã.
Ainda na primeira metade do século XX, no ano de 1913, o Papa São Pio X, fundou a Diocese Senhora Sant´Anna de Caetité, no ano de 1943, antes de nossa paróquia ser fundada, o terceiro bispo de Caetité, Dom Juvêncio de Brito, fez uma visita pastoral a paróquia de Caldeiras, passando pelos principais centros populacionais, Tanque Novo, Caldeiras, a sede da paróquia e por fim a então vila do Bonito. Ao nível de curiosidade, Dom Juvêncio passou cerca de 3 dias, marcados de celebrações na igreja de Igaporã, ele ficou hospedado na casa do Sr. Olímpio Neves, conhecido pelos cidadãos locais como Coronel Olímpio. A referida casa, hoje pertence ao Sr. Gildásio e sua família, na travessa Bernardo Brito, ao lado da Matriz.
Diferente do que muito se pensava, a história acabou se confundindo com o passar dos anos, isso principalmente pela falta de registros, visto que naquela época, nem todo mundo se tinha costume de documentar as coisas, a divisão eclesiástica, algumas vezes se diverge das divisões fronteiriças. Contudo, a necessidade pastoral da Arquidiocese de São Salvador e depois da Diocese de Caetité, fez com que nós, enquanto Igreja, pertencêssemos a Caldeiras, em 1962, fôssemos elevados a Paróquia pelo Excelentíssimo Dom José Pedro Costa, após uma caminhada a nossa liberdade, tanto ao nível municipal, quanto eclesial.
Por outro lado, Canabrava dos Caldeiras, deixou de ser paróquia, e hoje ainda é assistida por Caetité, mas aqui a nossa gratidão, por de certo modo, partilharem conosco um pedaço de nossas memórias, afinal, por um tempo, espiritualmente, pertencemos a este chão.