15 de abril de 2017
MALHADA DE PEDRAS – SENHOR BOM JESUS

Jovens de Malhada de Pedras encenam a Paixão de Cristo

Por Anderson Ferreira/Pascom Malhada de Pedras

Quase 40 jovens da Paróquia Bom Jesus de Malhada de Pedras encenaram, na noite desta Sexta-feira Santa, a Paixão de Cristo. A via-sacra, como é conhecida, lembra os últimos dias de Jesus antes da crucificação. O cenário montado na praça da Matriz foi palco para oito cenas, desde a Última Ceia de Jesus com os discípulos até a morte Dele na cruz. Quem chegou para acompanhar viu de perto a retratação do sofrimento de Jesus Cristo, condenado à morte de forma cruel.

Na primeira cena, um dos quadros mais famosos da história da humanidade. Na Última Ceia, Jesus anuncia aos apóstolos que será traído por um deles. Lucas Correia, 21, foi quem dirigiu a peça e também emocionou o público no papel do principal personagem dessa história. Uma missão, segundo ele, mais que especial. “É de uma felicidade tamanha ter atuado e dirigido a peça, sabendo que se trata de um dos momentos mais importantes da vida de Jesus. Todos nós nos emocionamos juntos, a cada fala e cena”, conta o jovem, que, no início, teve resistência em aceitar o papel devido à responsabilidade que teria, mas aceitou com o propósito de se doar por inteiro ao personagem. “Em minha conversão, eu tive uma experiência muito bonita com Jesus e, de alguma forma, ao aceitar esse papel, queria que as pessoas que assistissem à peça não vissem apenas uma pessoa interpretando um personagem, mas vissem a imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo e acompanhassem cada detalhe de Sua Paixão”, explica.

A apresentação teve início com a encenação de um dos quadros mais famosos da história da humanidade.

No Monte das Oliveiras, Jesus rezou com os discípulos. Foi também nesse lugar que Judas, o traidor, O entregou às autoridades judaicas. No papel de entregar Jesus para ser condenado, Joaquison Porto, 28, viveu Caifás, um sumo sacerdote da época de Cristo e chefe da suprema corte judaica. “É um personagem muito triste de fazer, já que ele fez de tudo para condenar Jesus, por medo de perder a liderança e a autoridade que tinha, fazendo inclusive com que o povo também se revoltasse contra Jesus”, conta. Mesmo no papel de um antagonista, Joaquison confessa que se emocionou em vários momentos da encenação. “Tive que me segurar para não atrapalhar o personagem”, diz.

Após ser condenado à morte na cruz, Jesus percorreu um doloroso caminho até o calvário. No percurso, três quedas, a ajuda de um homem da cidade de Cirene e encontros emocionantes. Um deles com Maria, Sua mãe, interpretada pela jovem Any Caroline Gonçalves, 18. “É uma alegria enorme ter participado dessa apresentação tão árdua e linda ao mesmo tempo. Fiquei muito feliz por saber que nós jovens estaríamos à frente dessa peça. Fui coberta por medo e insegurança, mas logo me lembrei de que Jesus não teve medo, porque tinha consciência de que veio ao mundo para nos mostrar que a morte é a certeza da vida eterna”, diz a jovem. “É muito gratificante e uma grande alegria representar a mãe do Salvador, uma bela mulher que foi e será sempre um exemplo de humildade. Espero de coração ter mostrado ao público a docilidade de Maria”, completa.

Ao lado da cruz Maria, a mãe de Jesus, e João, o discípulo amado.

No lugar onde foi crucificado, Jesus é despido de Suas vestes e pregado em uma cruz ao lado de dois ladrões. Depois da morte, é entregue aos braços de Maria, que esteve todo o tempo ao lado do filho. A encenação chegou ao fim com o sepultamento de Jesus. A cena da Ressurreição será apresentada neste Sábado Santo, durante a vigília pascal, que começa às 19h, na praça da igreja Matriz.

Para o padre José Rocha, responsável pela paróquia, duas palavras resumem a vivência da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus no contexto atual: a justiça e a fidelidade. “Esses termos desafiam a prática vigente de nossa sociedade brasileira, pois a cultura moderna criou o vício da injustiça e da infidelidade. Não é fácil formar a consciência das pessoas, principalmente das que já estão poluídas de maldade. Na morte de Jesus está contida a vida da humanidade. Jesus, apresentado como Rei, despojou-se de todo tipo de privilégio e se fez servo de todos. Por isso foi exaltado por Deus. Recordar a paixão de Cristo significa aprender com Jesus a real capacidade de doação, fazendo um caminho de fraternidade e de construção de vida ressuscitada”, explica o religioso.

A encenação chegou ao fim com o sepultamento de Jesus.

Segundo o padre, a participação e organização dos jovens na encenação é uma forma concreta de ajuda-los a vivenciar os mistérios das cruzes da juventude. “Solicitar os nossos Jovens a vivenciar esse tempo significa ajudá-los a acolher e reconhecer o Senhor, que continuamente vem ficar conosco e segui-Lo como aquele em quem está a fonte da vida, da felicidade, do progresso, da ciência. É um despertar a não terem medo de empreender na vida uma resposta concreta ao chamado a ser profeta e anunciar o jovem Jesus, o Messias, aquele que renova os nossos corações e a nossa sociedade”, finaliza.

Confira aqui todas as fotos da Paixão de Cristo em Malhada de Pedras.