No último dia 09 de julho, a Cáritas Diocesana de Caetité realizou o lançamento da Cartilha de Combate à Violência Contra as Mulheres. O lançamento foi feito por Simone Jesus, militante do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM) e da Frente Popular de Mulheres e ocorreu na programação do encontro das pastorais sociais da Diocese, com a presença de dezenas de organizações e entidades sociais de diversas paróquias.
A Cartilha foi organizada e produzida pela Cáritas Diocesana, através do Coletivo de Comunicação da entidade e em parceria com a Frente Popular de Mulheres do Alto Sertão. A produção do material contou ainda com o apoio da ferramenta de comunicação Expressão Alto Sertão, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Cáritas Brasileira Regional Nordeste 3, da Cáritas Alemã, da Misereor e da Consulta Popular, além de ter contado com uma introdução escrita pela Vice-presidente da Cáritas Brasileira, Cleusa Alves.
O material é uma das iniciativas da Cáritas no eixo de atuação prioritário Gênero e Gerações, visando fortalecer iniciativas de combate à violência contra as mulheres. O lançamento da cartilha se soma a produção de outros materiais, como ações no Rádio através do programa Cáritas em Ação que vai ao ar semanalmente na rádio Educadora e em diversas outras rádios da região, além de publicações em parceria com o Blog Expressão Alto Sertão e a produção de vídeos sobre o tema, ações que aconteceram durante o ano de 2021 e início de 2022, quando, devido à pandemia, ficaram impossibilitadas atividades e ações presenciais.
Na Cartilha lançada, o tema é introduzido com o resgate do papel das mulheres na bíblia, chamando atenção para como “o evangelho de Jesus nos desafia a pensar o papel das mulheres na Igreja e na sociedade”, reafirmando que “a nós [mulheres] não compete somente a função de realizar tarefas e sustentar a vida das comunidades”, mas de ocupar espaços de decisão. Em seguida, a cartilha trata o tema da violência abordando aspectos específicos da realidade das mulheres do campo e da cidade, bem como caracteriza as diversas formas de violência (física, psicológica, sexual, patrimonial, moral e estatal) e termina afirmando o Feminismo Popular como uma ferramenta de organização e luta das mulheres pela superação das violências e pela transformação da sociedade. O material indica ainda os canais de denúncia para mulheres e para pessoas no entorno de mulheres em situação de violência acionarem.
O objetivo da cartilha e outros matérias em texto, áudio e vídeo produzidos pela Cáritas e organizações/entidades é possibilitar às organizações, movimentos, coletivos e às paróquias no seu trabalho pastoral, o conteúdo para debater, construir e fortalecer iniciativas de combate à violência contra as mulheres. Nesse sentido, podem e devem ser realizadas reuniões, encontros, rodas de conversa, mobilizações e reinvindicações tendo o material produzido como subsídio.
