Na missa celebrada na Casa Santa Marta nesta terça-feira, 24, o Papa Francisco refletiu sobre o caminho de santidade do cristão. O Papa disse que caminhar na presença de Deus de modo irrepreensível quer dizer caminhar rumo à santidade, compromisso que necessita de um coração que saiba esperar com coragem, se coloque em discussão e se abra com simplicidade à graça de Deus.
O Papa explicou que santidade não se compra e que nem as melhores forças humanas a podem ganhar. Segundo ele, a santidade simples, do dia a dia, de todos os cristãos, é um caminho que pode ser percorrido somente se sustentado por quatro elementos imprescindíveis: coragem, esperança, graça, conversão.
Francisco seguiu explicando que o trecho litúrgico extraído da Primeira Carta de Pedro, definindo-a como um pequeno tratado sobre a santidade.
“Este ‘caminhar’, a santidade é um caminho, a santidade não se compra e nem se vende. Nem se pode presentear. A santidade é um caminho na presença de Deus, que eu devo fazer: ninguém o faz em meu nome. Posso rezar para que o outro seja santo, mas é ele que deve fazer o caminho, não eu. Caminhar na presença de Deus, de modo irrepreensível. Usarei hoje algumas palavras que nos ensinam como é a santidade de todo dia, a santidade – digamos – anônima. Primeira: coragem. O caminho rumo à santidade requer coragem”.
O Reino dos Céus de Jesus, disse o Papa, é para aqueles que têm a coragem de ir avante e a coragem, observou, é movida pela esperança, a segunda palavra da viagem que leva à santidade. A coragem que espera num encontro com Jesus. Depois, há o terceiro elemento, quando Pedro escreve: colocai toda a vossa esperança na graça.
“A santidade não podemos fazê-la sozinhos. Não, é uma graça. Ser bom, ser santo, avançar a cada dia um passo na vida cristã é uma graça de Deus e devemos pedi-la. Coragem, um caminho. Um caminho que se deve fazer com coragem, com a esperança e com a disponibilidade de receber esta graça. E a esperança: a esperança do caminho. É tão bonito o XI capítulo da Carta aos Hebreus, leiam. Fala do caminho dos nossos pais, dos primeiros que foram chamados por Deus. E como eles foram avante. E do nosso pai Abraão diz: ‘Ele saiu sem saber para onde ia’. Mas com esperança”.
Francisco prosseguiu explicando que em sua carta, Pedro destaca a importância de um quarto elemento. Quando convida os seus interlocutores a não se conformarem “aos desejos de uma época”, os impulsiona essencialmente a mudar a partir de dentro do próprio coração, num contínuo e cotidiano trabalho interior.
“A conversão, todos os dias: ‘Ah, Padre, para me converter devo fazer penitência, me dar umas pauladas…’. Não, não, não: conversões pequenas. Mas se você for capaz de não falar mal do outro, está no bom caminho para se tornar santo. É tão simples! Eu sei que vocês nunca falam mal dos outros, não? Pequenas coisas… Tenho vontade de criticar o vizinho, meu colega de trabalho: morder um pouco a língua. Vai ficar um pouco inchada, mas o espírito de vocês será mais santo nesta estrada. Nada de grandes mortificações: não, é simples. O caminho da santidade é simples. Não voltar para trás, mas ir sempre avante, não? E com força”.