Dom Juvêncio de Brito

Omnia in Caritate
⊶ Tudo na caridade ⊷

02º Bispo da Diocese de Caetité


Bispo na Diocese entre 23-12-1926 e 15-12-1945
⋘ ✯ 02-08-1886 ⋙ ⋘ ✟ 31-01-1954
Ordenação Presbiteral: 15-12-1896
Ordenação Episcopal: 23-12-1926


Dom Juvêncio de Brito nasceu na então freguesia de Porto da Folha, Sergipe, no dia 2 de agosto de 1886. Filho de Coronel, fez os primeiros estudos em sua cidade natal e depois se mudou para o seminário em Alagoas, onde ficou por um ano até se transferir para Olinda.

Foi ordenado padre em 20 de novembro de 1910 por Dom Raimundo de Brito, então bispo de Pernambuco. A nomeação para bispo da Diocese de Caetité aconteceu em 23 de dezembro de 1926, já a ordenação episcopal foi realizada em 12 de junho do ano seguinte. A Diocese de Caetité já estava vacante (sem bispo) a dois anos quando Dom Juvêncio chegou em 26 de Julho de 1927, dia da Padroeira da Diocese, Senhora Sant’Ana.

Segundo os registros, Dom Juvêncio se apresentava como um bispo muito atento às questões pastorais, à formação do clero, ao patrimônio das igrejas e capelas da Diocese e principalmente às questões sociais que envolviam os fiéis, o que condizia fortemente com o caminhar da Igreja Católica mundial sob o olhar atento do Papa Pio XI e depois Pio XII.

Dentre as questões pastorais, ele se mostrava extremamente envolvido e dedicado a todas as paróquias da Diocese, cujo território naquela época era bem maior que o atual. Contava com uma área de mais de 65 mil quilômetros quadrados, segundo registros do próprio Dom Juvêncio.

Em livros da Diocese, o registro de viagens do bispo revela um pastor dedicado aos sacramentos da igreja, a vida religiosa. Dom Juvêncio foi responsável por trazer da Espanha as Madres Missionarias do Santíssimo Sacramento e Maria Imaculada, que se instalaram em Caetité em 1935. Realizou a Primeira Semana Eucarística, ocorrida em 1942, segundo os registros, após uma remodelação da Catedral de Senhora Santana.

Preocupado com a formação do clero, como o Seminário São José ainda não tinha sede própria, os seminaristas, em seus primeiros anos de estudos, moravam e estudavam no próprio Palácio Episcopal, contando com a coordenação do bispo.

Dom Juvêncio também não ficou alheio aos problemas sociais. Por diversas vezes, registrou sua preocupação com as dificuldades econômicas enfrentadas pela população das paróquias da Diocese de Caetité, dificuldades estas agravadas por uma terrível seca que assolou o sertão entre os anos de 1939 e 1940, situação que inviabilizou as suas visitas pastorais por certo período.

Além disso, questionou ainda a falta de políticas e investimentos públicos para enfrentar a seca e impedir a migração elevada dos habitantes da Diocese para o Estado de São Paulo, a respeito disso escreveu uma matéria para o Jornal A Tarde, que foi publicada em 29 de abril de 1941: “A secca prolongada e inclemente continua flagellando este desventurado sertão, que Deus fez muito grande e os homens, que o deveriam conhecer e protegê-lo, o abandonaram, Dizer-se que já escoaram […] 60 mil bahianos para o sul do paiz não é exagero” (sic).

Em 15 de dezembro de 1945, Dom Juvêncio foi transferido para a Diocese de Garanhuns, Pernambuco, encerrando assim suas atividades religiosas em Caetité.