O Papa Francisco na Bula Misericordiae Vultus (n. 2) recorda que precisamos sempre contemplar o mistério da misericórdia, pois esta é fonte de alegria, serenidade e paz. Imbuídos por esta e tantas outras motivações, especialmente neste Ano Santo da Misericórdia, iniciamos no dia 29 de fevereiro de 2016 mais uma etapa do propedêutico no Seminário São José em nossa sede diocesana. Nesta data entraram, não pela porta da misericórdia, mas pela porta da nossa casa de formação inicial para constituir comunidade, os jovens: José Adriano e Ailton da Diocese de Livramento de Nossa Senhora; Bruno Moreira (Caculé), Bruno Santos (Lagoa Real), Danillo e Fernando (Candiba) pertencentes a Diocese de Caetité. Estes jovens foram acolhidos e são acompanhados pela Pe. Sandro que conta com o apoio da Equipe de Formação e de tantos outros Padres, Religiosas e Leigos, a exemplo de vários professores, bem como dos padrinhos e madrinhas da OVM (Obra das Vocações e Ministérios) espalhados pelas comunidades nas terras sagradas do sertão de nossas Dioceses.
Quando olhamos verdadeiramente para o coração misericordioso de Jesus, sobretudo no processo formativo dos candidatos ao ministério ordenado, compreendemos que este caminho se torna fonte de alegria, serenidade e paz. Neste sentido, as Diretrizes para o Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil (Documentos da CNBB 93) indicam cinco dimensões para a formação presbiteral, possibilitando um crescimento integral da pessoa do formando. Vamos indicá-las através das palavras dos próprios Seminaristas ao descreverem sobre as impressões dos primeiros dias/meses no Seminário.
Nas palavras do Seminarista Ailton entendemos a importância da Formação intelectual ao dizer: que este tempo é propício e adequado para o aprofundamento dos estudos, procurando preencher as lacunas do ensino médio e, também, para acostumar com a realidade dos estudos. Evidenciando o sentido e a necessidade da Formação comunitária diz o fráter Bruno Moreira: “na vida comunitária existem os conflitos e desentendimento. E no Seminário não é diferente, mas com isso podemos ter a certeza de vivenciar melhor esta etapa […]. Afinal, que sentido e alegria teríamos se fossemos todos iguais?”. No entanto, tudo isso me ajuda a tornar uma pessoa mais madura.
Já no que se refere a Formação humano-afetiva encontramos nas expressões do jovem Danillo ao inferir que apesar do pouco tempo no Seminário, as experiências estão lhe enriquecendo tanto do ponto de vista humano quanto espiritual, ajudando-lhe a refletir e olhar para si mesmo e perceber o que pode ser melhorado a cada dia. Segundo o amigo Fernando, um dos pontos importantíssimos na vida do Seminário são os horários de orações comunitárias, fazendo com que gradativamente, passemos a ter, cada vez mais, o hábito e a prática da oração. E acrescenta o companheiro Adriano: “com o Cristo sempre diante dos meus olhos, no qual coloquei a minha esperança e confiança, sigo o caminho buscando amar cada dia mais o meu sim.” Sentimos nestas expressões o significado profundo da Formação místico-espiritual na formação cristã e, sobretudo, presbiteral. Para concluir as cinco dimensões temos, por fim, a Formaçãopastoral-missionária que nos faz sair de nós mesmos para irmos ao encontro do Cristo presente em mim e também no outro. Nas palavras do missionário Bruno Santos podemos sentir este desafio, mas ao mesmo tempo a alegria. Assim diz ele: “é sempre difícil adaptar ao novo, mas o Cristo que chama é quem me sustenta na caminhada […] experiência de suma importância para minha vida vocacional-missionária.”
Portanto, concluímos está partilha recordando as palavras do Papa Francisco, por ocasião do 53º Dia Mundial de Oração pelas Vocações: “Como gostaria que todos os batizados pudessem, no decurso do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, experimentar a alegria de pertencer à Igreja! E pudessem redescobrir que a vocação cristã, bem como as vocações particulares, nascem no meio do povo de Deus e são dons da misericórdia divina! A Igreja é a casa da misericórdia e também a «terra» onde a vocação germina, cresce e dá fruto.” Que esta etapa formativa nos ajude a contemplar a misericórdia divina para renovarmos o nosso sim ao Senhor misericordioso, fonte da alegria, da serenidade e da paz.