A festa da São Sebastião de 2022 foi repleta de particularidades em Igaporã, pela primeira vez, até onde se tem registro, em mais de 100 anos de celebração, a festiviade foi adiada. O que não alterou a expectativa de povo igaporaense para com o novenário. O cenário da pandemia exigiu que a festa mais uma vez tivesse protocolos de saúde e a programação alterada, como o cancelamento do desfile de carros de boi e a procissão.
O festejo teve inicio no dia 28 de janeiro, com o tema: “Inspirados em São Sebastião, sejamos uma igreja sinodal: vivendo a comunhão, a participação e a missão.” Em comunhão com a Igreja do mundo inteiro refletindo o sínodo 2021-2023. Nas reflexões o Padre Edson convidou os fiéis a entenderem a importancia de uma igreja sinodal.
O ponto alto da festa se deu no ultimo fim de semana. 5 de fevereiro de 2022, um dia para ficar na história da paróquia Nossa Senhora do Livramento. Naquela noite de sábado, após 2 anos os fiéis foram convidados a se reunir na esplanada da Igreja Matriz para celebrar a última noite do novenário em louvor ao Glorioso Mártir São Sebastião. Um vislumbre de retomada das tradições que o povo igaporaense tanto ama. A programação começou com o cortejo solene que saiu da casa do festeiro Waldir Barros, acompanhado pela Filarmônica que abrilhantou ainda mais a noite, algo que não era realizado desde janeiro de 2020. Com a chuva, a celebração foi continuada no interior da Matriz.
No dia 6, dia da grande festa, outra forte tradição voltou a programação a alvorada a pé pelas ruas de Igaporã na madrugada do dia festivo. A filarmônica saiu tocando as famosas marchinhas de carnaval acordando a cidade com muita alegria e fogos. Ainda não foi possível ter a presença dos fiéis, mesmo assim, alguns acordaram com a alvorada e fizeram questão de abrir as suas portar para ver a passagem da alvorada festiva de São Sebastião. Uma senhora ficou bastante emocionada e foi às lágrimas ao ver a alvorada. Esse é o sentimento de uma pessoa que resume o de milhares de católicos igaporaenses. Um sentimento de saudade, mas depois dessa madrugada, um sentimento de esperança. A esperança de que em breve poderemos viver aquelas tradições que estão no coração do fiel católico da Paróquia Nossa Senhora do Livramento.
Às 9h da manhã, o padre Edson Passos, presidiu a celebração da Santa Missa Solene em louvor ao Glorioso Mártir que foi concelebrada pelo padre Lely Almeida. Ao final da celebração Waldir, festeiro deste ano, agradeceu toda a comunidade igaporaense pela participação. Mas a programação ainda não tinha acabado. Um dia para fica na história e na memória da paróquia Nossa Senhora do Livramento de Igaporã. Na tarde do dia festivo, a imagem do amado co-padroeiro de Igaporã, saiu em carro aberto, numa belíssima carreata solene por mais de 50 ruas da cidade. Com um percurso já conhecido de outras ocasiões, além da ampla divulgação feita pelo padre Edson, centenas de fiéis foram às portas de suas casas e esquinas para saudar São Sebastião. Diferentemente de carreatas passadas, poucos altares foram montados, mas as famílias estavam todas reunidas para a passagem do Glorioso Mártir.
A carreata solene foi animada por Padre Edson Passos e um grupo de canto especialmente formado para este dia tão especial, os cantos, mais do que familiares para o povo igaporaense, tornaram o clima da cidade não só o de um grandioso evento que abraçou a cidade inteira em suas variadas ruas e bairros, mas também num clima orante, unindo todas as pessoas num só espírito de prece e gratidão.
São momentos como estes dos últimos dias e principalmente a carreata deste domingo, que mostram, mais uma vez, que a relação do povo igaporaense com São Sebastião é mais do que especial. Amor e devoção são as palavras que mais se encaixam para tentar, apenas tentar, resumir algo inexplicável. O povo, provou mais uma vez, que mesmo não celebrando a festa no dia 20 de Janeiro, qualquer data em Igaporã pode ser dia de São Sebastião, que o clima sempre será diferente, bonito e acima de tudo de muita fé. Uma fé que faz com que inúmeras pessoas se vistam de vermelho, numa tarde de domingo, 6 de fevereiro, para louvar e bem dizer o seu amado co-padroeiro.